terça-feira, 21 de dezembro de 2010

NASA produz vídeo que mostra actual contaminação atmosférica


Os intensos incêndios que recentemente destruíram milhares de hectares de florestas na Rússia e no Canadá contaminaram a atmosfera. Essa contaminação afecta pessoas, animais, plantas e a atmosfera em geral. A Agência Espacial Norte-americana NASA recompilou, por isso, imagens a partir das quais se consegue perceber o alcance mundial destas contaminações.

Um dos elementos contaminantes mais perigosos é o monóxido de carbono que, ao ficar na atmosfera como consequência dos incêndios provoca numerosos problemas respiratórios.

Nas imagens da NASA, este gás altamente tóxico é mostrado nas suas concentrações mais altas com as cores amarelas e vermelhas. O gás foi medido com uma sonda atmosférica de infravermelhos.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

NASA anuncia descoberta sobre vida extra-terrestre

A agência espacial norte-americana, a NASA, lançou a polémica no mundo científico e, em particular na Internet, ao anunciar para hoje, quinta-feira, uma conferência de Imprensa sobre uma descoberta ligada à vida extra-terrestre.
"A NASA dará uma conferência de imprensa às 14 horas (19 horas em Portugal continental) de quinta-feira dia 2 de Dezembro para discutir uma descoberta na área da astrobiologia que terá consequências na procura de provas de vida extra-terrestre", afirma a agência no seu site na Internet. A conferência terá lugar em Washington.

Os amantes do espaço e dos extra-terrestres inundaram a blogosfera de especulações sobre o conteúdo do anúncio mas a NASA recusou adiantar quaisquer detalhes antes do anunciado.

Entre as pessoas que vão intervir no encontro de hoje na capital norte-americana está Mary Voytek, que dirige o programa de astrobiologia da NASA, Felisa Wolfe-Simon, investigadora de astrobiologia no Instituto Geológico dos EUA, e também Pamela Conrad, astrobióloga no centro espacial Goddard da NASA.
A astrobiologia é a disciplina que estuda a vida no universo, incluindo a sua origem e evolução, a localização e as hipóteses de que esta se perpetue.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

NASA pode ter descoberto vida extraterrestre

A NASA anunciou que na próxima quinta-feira, dia 2, organiza uma conferência de imprensa sobre "Astrobiologia", para discutir "uma descoberta que terá um enorme impacto na procura de vida extraterrestre".

A NASA publicou ontem no seu site a informação de uma conferência de imprensa sobre "Astrobiologia".
"Astrobiologia é o estudo da origem, evolução, distribuição e vida futura no universo" lê-se na informação sobre a conferência que irá decorrer na próxima quinta-feira, dia 2 de dezembro , que também adianta os participantes.
O currículo desses participantes levanta agora a questão: qual a "descoberta astrobiológica" que motivou a NASA a convocar uma conferência de imprensa?
Quem irá discursar na conferência

Para além de Mary Voytek, diretora do Programa Astrobiológico da NASA, estará presente Felisa Wolf-Simon, uma oceanógrafa que já escreveu uma longa lista de artigos sobre fotossíntese baseada em arsénio e a sua implicação na evolução de espécies.
Também irá discursar Pamela Conrad, uma geobiologista que em 2009 publicou um ensaio sobre a geologia e a hipótese de vida em Marte.
James Elser será outro dos cientistas participantes. Elser é um ecologista que integra o programa de astrobiologia "Follow the Elements", que investiga os elementos químicos em ambientes onde haja a possibilidade de evolução de seres vivos.
O último participante que consta da informação da NASA é Steven Benner, um biologista que faz parte da "Equipa Titan", o grupo da NASA responsável por explorar a maior das 62 luas de Saturno, a Titan. Benner também está envolvido na missão da sonda Cassini, que recentemente entrou na densa atmosfera da lua Rhea e recolheu amostras de oxigénio e dióxido de carbono.

Rhea contém elementos químicos necessários à vida

Estes últimos dados que mostraram a existência de oxigénio e dióxido de carbono foram divulgados na última sexta-feira. A sonda Cassini encontrou pela primeira vez vestígios destes dois elementos químicos diretamente na atmosfera noutro mundo, neste caso na segunda maior lua de Saturno, o astro Rhea.

Dada a proximidade com o anúncio da próxima conferência, presume-se que o assunto da conferência esteja relacionado com a descoberta da última sexta-feira, ou seja, a densa atmosfera de uma das luas de Saturno contém os elementos químicos necessários para a formação de vida extraterrestre.
Mas são apenas suposições, já que existe um embargo sobre mais informação sobre a conferência até... quinta-feira.
São conhecidos os vários cortes nos fundos das missões da NASA e talvez o evento de quinta-feira sirva para reforçar os factos divulgados na passada sexta-feira e seja uma forma de reunir verbas para continuar com o projeto Titan. Quem quiser poderá acompanhar a conferência em direto através do site da NASA .

A NASA é reconhecida por vários fracassos nos últimos anos e a última grande conferência de imprensa que a agência espacial acolheu foi para "apenas" anunciar a presença de um buraco negro perto da nossa galáxia.

Há oxigénio em Reia, uma das luas de Saturno

A atmosfera - ou exosfera, como se chama por ser noutro planeta que não a Terra -, contém também dióxido de carbono. É muito ténue: à superfície o oxigénio é cinco biliões (milhões de milhões) de vezes menos denso do que no nosso planeta, diz um comunicado da NASA.
Mas desengane-se quem está já a sonhar com extraterrestres, pelo menos com plantas extraterrestres, que façam fotossíntese, respirando dióxido de carbono e libertando oxigénio. Estes gases devem ser libertados devido à acção de partículas de altas energias da magnetosfera de Saturno que bombardeiam a superfície gelada desta lua, onde há gelo de água, adianta o artigo publicado esta semana na revista “Science”, onde é descrita a descoberta.
Se há oxigénio, faltará outro componente essencial: água no estado líquido: “Todos os dados da Cassini indicam que Reia é demasiado fria e desprovida de água líquida, necessária para que exista vida tal como a conhecemos”, diz Ben Teolis, do Southwest Research Institute, o primeiro autor do trabalho, citado pela agência espacial norte-americana.
O que isto quer dizer é que podem ser relativamente comuns reacções químicas com oxigénio – um gás que não é assim tão banal – no nosso sistema solar, e se calhar no Universo. Mesmo que não haja vida – embora seja um sinal auspicioso para que se venha a desenvolver, num planeta ou lua que tenha condições para ter água em estado líquido, à superfície ou até mesmo no seu interior. “Esta química pode ser um pré-requisito para o surgimento da vida”, disse ainda Teolis, citado no comunicado da NASA.

Há oxigénio na atmosfera de Reia, uma das luas de Saturno, detectou a sonda Cassini da NASA, que está a estudar o sistema de Saturno. É a primeira vez que este gás, chave da vida na Terra, é detectado directamente na atmosfera de outro planeta.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ESA assegura a sua presença nos confins do Universo

A Agência Espacial Europeia (ESA) decidiu prolongar a vida útil de onze das suas missões científicas – o que permitirá que a nível mundial, se continuem a enviar novos resultados, até, pelo menos, 2014.

O Comité para o Programa Científico (SPC – Science Programme Committee) tomou a decisão no encontro de 18-19 de Novembro, em Paris. Todas as missões estão ainda operacionais, além do seu período de vida estimado, ainda enviam dados científicos excepcionais, e com o seu orçamento a chegar ao fim.

“A longevidade destas missões é uma prova do cuidado com que a indústria construiu estes satélites, do rigor das equipas que os operam e da capacidade dos cientistas continuarem a pensar em novos e valiosos problemas científicos que podem ser testados durante estas missões”, diz Martin Kessler, responsável da ESA pelo Departamento de Operações Científicas.

Há dois anos foi introduzida uma nova abordagem no plano financeiro e, a cada dois anos, é feita uma avaliação de todas as missões que estão prestes a esgotar o orçamento, com a perspectiva de prolongamento das mesmas. As que estiveram a ser avaliadas neste último encontro foram o Cluster, o Integral, o Planck, a Mars Express, a Venus Express e o XMM-Newton – todas da responsabilidade da ESA.

Também foram analisadas as contribuições da ESA em missões de colaboração internacional, como a Hinode (com o Japão), a Cassini-Huygens, o Telescópio Espacial Hubble e a Soho (todas com a NASA) e ainda as operações científicas da demonstração de tecnologia da ESA Proba-2.

Na semana passada, o SPC sobre as extensões previamente acordadas até 2012, aprovou novos prolongamentos até 2014, sujeitos a confirmação, cumprindo o ciclo de avaliação a cada dois anos. As missões da SOHO, Hinode e Proba-2 permitem que o Sol seja examinado de perto durante o próximo pico de actividade magnética, esperado para 2013. Entretanto, os quatro satélites Cluster irão medir o efeito desta actividade mais perto de casa, no campo magnético terrestre.

No último ano, a ESA lançou o observatório Herschel que trabalha nos infra-vermelhos e nas bandas sub-milimétricas. Prolongou os observatórios de altas energias, Integral e XMM-Newton, o que quer dizer que os astrónomos europeus têm agora acesso a uma vasta gama de observações, o que fornecerá uma visão única do Universo violento. Isto vai complementar os dados obtidos no ultra-violeta, no visível e próximo do infra-vermelho, que chegam do Telescópio Espacial Hubble.

Dentro do Sistema Solar, a Mars Express e a Venus Express estão a investigar os planetas vizinhos da Terra, enquanto a Cassini-Huygens continua a seu estudo detalhado de Saturno e das suas luas. O satélite Planck está a mapear a radiação cósmica de fundo, resquícios do Big Bang. A decisão de prolongar por um ano esta missão possibilita a utilização do sensor de baixa frequência de uma nova maneira e permitirá extrair o máximo de informação possível dos sinais que constituem a impressão digital do Big Bang.

“Não é uma época fácil para assumir este género de compromissos, mas não devemos duvidar da capacidade do SPC em obter ainda mais retorno dos grandes investimentos do passado”, diz David Southwood, director da ESA da Exploração Científica e Robótica. “A Ciência de grande qualidade irá continuar a surgir a partir deste conjunto de naves. É um bom dia para a ciência espacial”.

Cientistas investigam a causa da morte do astrónomo renascentista Tycho Brahe

Os ossos foram retirados da urna que se encontra na igreja de Týn, em Praga

2010-11-16



Tycho Brahe (1546-1601) foi astrónomo, alquimista e farmacêutico. O mistério da morte do astrónomo dinamarquês Tycho Brahe (1546-1601) pode ser resolvido nos próximos tempos. Isto porque uma equipa internacional de cientistas vai analisar os restos mortais que se encontram na igreja de Týn, em Praga. O cientista, que esteve ao serviço de Frederico II da Dinamarca e mais tarde do imperador Rodolfo II de Habsburgo, foi astrónomo e alquimista. Os seus estudos sobre os movimentos de Marte foram utilizados pelo alemão Kepler para elaborar as suas primeiras leis sobre as órbitas dos planetas.

Uma das teorias sobre a sua morte defende o envenenamento por mercúrio. Brahe trabalhava também como farmacêutico e naquela época aquele químico fazia parte de medicamentos “receitados para o tratamento de várias doenças”, explica Niels Lynnerup, da Universidade de Copenhaga, que faz parte da equipa de investigação. Como alquimista, estava constantemente em contacto com este químico.

As análises revelarão se foi, efectivamente, o mercúrio a matá-lo. O que não se poderá saber é se foi envenenado por alguém, se se envenenou acidentalmente ou se consumiu o químico para se tratar de alguma doença.

No livro «Intriga Cósmica» (de 2005), Joshua Gilder e Anne-Lee Gilder levantam a hipótese do astrónomo ter sido envenenado por Kepler. Segundo eles, este queria apoderar-se dos seus estudos. Especulações à parte, Kepler foi assistente de Brahe e parte da sua investigação baseou-se em estudos anteriores deste.
Tycho morreu a 24 de Outubro de 1601, onze dias depois de ter ficado doente durante um banquete. Durante centenas de anos, acreditou-se que morreu de uma infecção da bexiga. Na hora da morte terá dito a Kepler: “não deixes que pareça que a minha vida foi em vão”.

A equipa, composta por investigadores dinamarqueses, checos e suecos, vai fazer amanhã uma tomografia axial computadorizada (TAC). Visto que os ossos estão informatizados, podem ser estudados a três dimensões, mesmo depois de voltarem à urna de onde foram removidos.

O mais importante neste estudo são as análises químicas e atómicas que vão demorar vários meses a ser realizadas. Os testes irão ajudar a detectar se houve níveis anormais de mercúrio nas últimas horas de vida do cientista.

De referir que a urna de Tycho Brahe foi aberta pela primeira vez em 1901, na ocasião para se perceber que tipo de prótese utilizava no nariz (pois ficou sem parte dele durante um duelo). Chegou-se à conclusão que era de cobre.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O maior satélite de espionagem do mundo

NROL-32 foi lançado pelo exército norte-americano

2010-11-23

NROL-32O exército norte-americano lançou o maior satélite de espionagem do mundo, o NROL-32, segundo informou a United Launch Alliance (ULA), em comunicado. O NROL-32 foi lançado com sucesso no domingo a partir da base aérea do Cabo Canaveral, num foguete Delta IV, referiu a ULA, uma empresa privada que colabora com o Departamento da Defesa norte-americano.
Foram revelados poucos detalhes, por se tratar de uma operação secreta, mas sabe-se que o NROL-32 é um satélite geostacionário cuja missão é dar apoio à defesa nacional. O satélite transporta uma grande antena colectiva útil para a espionagem electrónica, o que o transforma no maior satélite posto em órbita.

Trata-se do quarto lançamento de um Delta IV Heavy, o foguete com maior capacidade de carga útil actualmente ao serviço. Num discurso pronunciado em Setembro passado, o director da agência nacional de reconhecimento (NRO, na sigla em inglês), Bruce Carlson, tinha adiantado que o Delta IV lançaria este outono “o maior satélite do mundo”.
A NRO é uma das 16 agências de segurança dos Estados Unidos e a sua principal missão é manter-se a par das últimas tecnologias espaciais para “vigiar a partir de cima”.
De acordo com o site deste organismo, a sua função é desenhar, construir e operar os satélites de reconhecimento norte-americanos para facilitar à CIA e ao Departamento da Defesa serviços de inteligência via satélite.
“Esta missão vai ajudar a garantir que os recursos vitais da NRO continuem a reforçar a nossa defesa nacional”, afirmou o general da brigada Ed Wilson, responsável pelo lançamento.

Resolvido o mistério da estrela pulsante



Ao descobrir a primeira estrela dupla onde uma Cefeide variável pulsante e outra estrela passam em frente uma da outra, uma equipa internacional de astrónomos desvendou um mistério de décadas. O alinhamento raro das órbitas no sistema estelar duplo permitiu fazer uma medição da massa da Cefeide com uma precisão sem precedentes. Os resultados da equipa liderada por Grzegorz Pietrzyński (Universidad de Concepción, Chile, Obserwatorium Astronomiczne Uniwersytetu Warszawskiego, Polónia) foram, recentemente, publicados na revista «Nature».


Até agora, os cientistas dispunham de duas previsões teóricas incompatíveis para a massa das Cefeides. O novo resultado mostra que a predição vinda da teoria da pulsação estelar está correcta, enquanto a feita a partir da teoria de evolução estelar não está de acordo com as novas observações.
Grzegorz Pietrzyński explica que utilizando o instrumento HARPS, no Chile, juntamente com outros telescópios, mediram “a massa de uma Cefeide com uma precisão muito maior do que qualquer estimativa anterior”. Este novo resultado permite “dizer qual das duas teorias em competição utilizadas para prever a massas está correcta.”

As estrelas variáveis clássicas deste género (Cefeides) são instáveis, muito maiores e mais brilhantes do que o Sol. Expandem-se e contraem-se de forma regular, levando entre alguns dias até meses para completar o ciclo. Esta relação tão extraordinariamente precisa torna o estudo num dos métodos mais eficazes na medição de distâncias a galáxias próximas e a partir daí no mapeamento da escala de todo o Universo.

Apesar da sua importância, ainda não são completamente compreendidas. As predições das massas que derivam da teoria das estrelas pulsantes são 20-30 por cento menores que as feitas utilizando a teoria de evolução estelar. Esta discrepância é conhecida desde os anos 1960.

Para resolver este mistério, os astrónomos precisavam de encontrar uma estrela dupla que contivesse uma Cefeide e cuja órbita estivesse directamente voltada para a Terra. Nestes casos, conhecidos como binários de eclipse, o brilho das duas estrelas diminui quando uma das componentes passa em frente da outra, e também quando passa por trás da outra estrela. Mas, não são fenómenos comuns, por isso a hipótese de encontrar tal par parecia muito pequena – não se conhecem nenhuns na Via Láctea.

 MartinWolfgang Gieren, outro membro da equipa, continua: “Recentemente, encontrámos efectivamente o sistema de estrela dupla pelo qual ansiávamos entre as estrelas da Grande Nuvem de Magalhães. Este contém uma estrela variável Cefeide que pulsa cada 3,8 dias. A outra é ligeiramente maior e mais fria, e as duas orbitam em torno uma da outra em 310 dias. A verdadeira natureza de binários deste objecto foi imediatamente confirmada assim que o observámos com o espectrógrafo HARPS em La Silla.”

Estimativa da massa

Os observadores mediram cuidadosamente as variações de brilho deste objecto raro, conhecido como OGLE-LMC-CEP0227, à medida que as duas estrelas orbitavam e passavam em frente uma da outra. Utilizaram igualmente o HARPS e outros espectrógrafos para medir os movimentos das estrelas em direcção à Terra e também a afastarem-se desta – tanto o movimento orbital das duas estrelas como o movimento de ida-e-volta da sua superfície à medida que se expande e contrai.
A partir deste conjunto de dados, os astrónomos determinaram o movimento orbital, os tamanhos e as massas das duas estrelas com enorme precisão – muito superior ao que tinha sido medido anteriormente. A massa é agora conhecida a menos de um por cento e está completamente de acordo com as predições feitas a partir da teoria das pulsações estelares. Em contraste, a maior massa prevista pela teoria de evolução estelar encontra-se errada de modo bastante significativo.

A estimativa muito melhor da massa é apenas um resultado deste trabalho, e a equipa espera encontrar outros exemplos destes pares de estrelas bastante úteis de modo a explorar melhor este método e que a partir destes sistemas binários irá eventualmente conseguir determinar a distância à Grande Nuvem de Magalhães a menos de um por cento – o que significaria uma melhoria considerável da escala de distância cósmica

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Os novos astronautas



Agência Espacial Europeia (ESA) vai promover, na próxima segunda-feira, no Centro Europeu de Astronautas (EAC), em Colónia (Alemanha), a cerimónia oficial que marca o fim do Treino Básico para os novos astronautas.
“Estes profissionais representam a ambição europeia e a grande capacidade e especialização em voos tripulados e exploração espacial. Tenho orgulho em tê-los seleccionado e por vê-los a prepararem-se para as suas missões. É agora o nosso dever colectivo assegurar um nível de participação em programas internacionais para que haja oportunidades para todos eles”, disse Simonetta Di Pippo, directora de Voos Tripulados da ESA.
Seguindo-se ao sucesso dos lançamentos do laboratório Columbus e do primeiro veículo de transferência automatizado, a ESA tornou-se num parceiro de primeira linha na Estação Espacial Internacional (ISS). Entrando numa nova fase de exploração das capacidades únicas oferecidas pela ISS, com uma tripulação permanente de seis pessoas, a ESA apresentou os seus novos seis candidatos a astronautas: Samantha Cristoforetti (Itália); Alexander Gerst (Alemanha); Andreas Mogensen (Dinamarca); Luca Parmitano (Itália); Timothy Peake (Reino Unido) e Thomas Pesquet (França).
Os novos astronautas completaram agora o treino básico, a primeira fase da formação de um astronauta. Esta fase incluiu informação acerca dos programas espaciais. Receberam também formação em disciplinas científicas, como a engenharia aeroespacial ou a eléctrica. Os candidatos as astronautas estudaram também os principais sistemas da ISS e os sistemas de transporte, tais como o vaivém e o Soyuz. O treino terminou com tópicos específicos como o mergulho, robótica, sobrevivência, aproximação e acoplagem, russo, comportamento humano e treino físico.

2010-11-19
Ciência Hoje

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Descoberto planeta noutra galáxia


Utilizando o telescópio MPG/ESO, de 2,2 metros, instalado no Observatório de La Silla do Observatório Europeu do Sul (ESO), no Chile, uma equipa europeia de astrónomos detectou um exoplaneta em órbita de uma estrela que entrou na nossa Via Láctea vinda de outra galáxia. O planeta semelhante a Júpiter é particularmente invulgar, já que orbita uma estrela que se aproxima do final da sua vida e pode ser engolido por esta a qualquer momento. A descoberta fornece pistas importantes sobre o destino do nosso próprio sistema planetário, num futuro distante. Os resultados são hoje publicados na revista «Science Express».

Durante os últimos 15 anos, os astrónomos detectaram 500 planetas em órbita de estrelas da nossa vizinhança cósmica, mas nunca nenhum foi confirmado fora da Via Láctea. Este, com uma massa mínima de 1,25 vezes à de Júpiter foi encontrado em órbita de uma estrela de origem extragaláctica, embora se encontre actualmente no interior da nossa própria Galáxia. O corpo celeste faz parte da chamada corrente de Helmi – um grupo de estrelas que pertencia originalmente a uma galáxia anã que foi devorada pela Via Láctea, num acto de canibalismo galáctico há seis a nove mil milhões de anos.
“Esta descoberta é muito emocionante”, disse Rainer Klement do Max-Planck-Institut für Astronomie (MPIA), responsável pela selecção das estrelas alvo para este estudo. “Pela primeira vez, os astrónomos detectaram um sistema planetário numa corrente estelar de origem extragaláctica. Devido às grandes distâncias envolvidas, não existem detecções confirmadas de planetas em outras galáxias. Mas esta fusão cósmica conseguiu pô-lo ao nosso alcance.”
A estrela, conhecida por HIP 13044, situa-se a 2000 anos-luz de distância, na constelação austral da Fornalha. Os astrónomos detectaram o planeta, chamado HIP 13044 b, ao procurar minúsculas oscilações da estrela causadas pelo puxão gravitacional de um companheiro em órbita. Para obter medições tão precisas, a equipa utilizou o espectrógrafo de alta resolução FEROS montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros.
Para o tornar ainda mais famoso, é igualmente um dos poucos que sobreviveu ao período de expansão da sua estrela hospedeira, depois de esta gastar todo o hidrogénio do seu núcleo. A estrela contraiu-se novamente e está agora a queimar hélio no seu centro. Até à data, estes corpos celestes do chamado ramo horizontal tinham-se mantido num território bastante inexplorado.
“A descoberta faz parte de um estudo no qual estamos sistematicamente à procura de exoplanetas que orbitem estrelas que se aproximam do final das suas vidas,” diz Johny Setiawan, também do MPIA, que liderou a equipa. “É particularmente interessante quando consideramos o futuro distante do nosso próprio sistema planetário, uma vez que o Sol também se tornará numa gigante vermelha dentro de cinco mil milhões de anos”.
O exoplaneta orbita uma estrela que entrou na nossa galáxia. (crédito: ESO/L. Calçada)

HIP 13044 b encontra-se próximo da sua hospedeira, ou seja, no ponto mais próximo da sua órbita elíptica, está a menos de um diâmetro estelar da superfície da estrela (o que corresponde a 0,55 vezes a distância Sol - Terra). Completa uma órbita em apenas 16,2 dias e Setiawan e colegas pensam que esta seria inicialmente muito maior, mas que se teria deslocado para o interior durante a fase de gigante vermelha.

Destino traçado
Planetas mais interiores não teriam tido tanta sorte. “A estrela está a rodar relativamente depressa para uma do ramo horizontal,” diz Setiawan. “Uma explicação possível é que a HIP 13044 terá engolido os seus planetas interiores durante a fase de gigante vermelha, o que a terá posto a rodar mais depressa”.
Embora HIP 13044 b tenha escapado ao destino, pode estar prestes a ser engolido pela estrela, o que significa que afinal sempre esteve condenado. Este fenómeno pode também predizer o desaparecimento dos nossos planetas exteriores - tais como Júpiter - quando o Sol se aproximar do final da sua vida.
Colocam-se questões interessantes sobre a formação de planetas gigantes, já que parece conter poucos elementos mais pesados que o hidrogénio e o hélio - menos que qualquer outra estrela conhecida por albergar planetas. “Este é um dos mistérios que o modelo de formação de planetas geralmente aceite terá que explicar: como é que uma estrela que não contém praticamente nenhum elemento pesado pode ter formado um planeta? Os planetas em torno de estrelas como esta devem provavelmente formar-se de modo diferente”, acrescenta Setiawan.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Esta noite há estrelas no céu


É altura de polir telescópios, binóculos, lunetas. Ou simplesmente de arregalar os olhos. Isto se as condições meteorológicas o permitirem: uma noite sem nuvens e de lua nova, de preferência. A chuva de meteoros conhecida como Leónidas atinge o seu pico na madrugada de hoje e será possível ver cerca de 20 meteoros por hora a cruzar os céus.

O ano não se compara ao de outros picos, como em 2001, por exemplo, dizem os blogs de astrónomos amadores, em que já se contaram centenas deles a cada hora que passava. Mas é um espectáculo celeste a ter em conta.

As chuvas de meteoros estão identificadas, na maior parte dos casos, «com restos deixados por cometas e que passam, periodicamente, por uma zona do espaço» e se cruzam com a nossa atmosfera, explica Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa (OAL). As Leónidas estão associadas ao cometa Tempel-Tuttel e são visíveis no Hemisfério Norte em meados de Novembro.

Este não é, no entanto, o último fenómeno deste género que pode ser visível em 2010. As Gemínidas poderão ser vistas na máxima intensidade a 14 de Dezembro e as Úrsidas (menos intensas) a 23. Desde que o céu esteja limpo, evidentemente.

O site do OAL tem um calendário destes fenómenos em www.oal.ul.pt , através do link dados astronómicos . Chegado aí, o cibernauta deve escolher outros elementos e enxames de meteoróides para assinalar as datas devidas do programa de festas.

ricardo.nabais@sol.pt

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Astronautas «salvaram-se por milagre» ao regressar à Terra

Os astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS) que regressaram domingo à Terra numa Soyuz russa «salvaram-se por milagre», informou hoje uma fonte da indústria espacial russa, que relatou as enormes dificuldades surgidas durante a aterragem



«O facto de os astronautas chegarem sãos e salvos é um milagre. Tudo podia ter acabado muito mal. Podemos dizer que tudo se passou no fio da navalha», disse a fonte à Agência Interfax.
A Soyuz TMA-11 em que regressaram o cosmonauta russo Yuri Malenchenko, o seu colega da NASA Peggy Whitson e a primeira astronauta sul-coreana, Yi So-yeon, aterrou a 420 quilómetros do lugar previsto depois de fazer uma trajectória balística - queda livre - durante a descida.
Antes e segundo dados do Centro de Controlo de Voos Espaciais (CCVE) da Rússia, o módulo russo só se tinha desviado em duas ocasiões do seu trajecto: em 2003 e em 2007.
«Em resultado do sobreaquecimento, queimou-se a escotilha de saída, fundiu-se a antena do transmissor, tendo-se perdido a comunicação. E também se queimou a parte exterior da válvula que equilibra a pressão no interior da nave», assinalou a fonte.
Isso podia ter provocado a despressurização do aparelho a grande altitude, causando seguramente a morte dos seus três ocupantes.
«Além disso, se o calor tivesse passado a escotilha ou os contentores com os pára-quedas se tivessem queimado, a tripulação não teria sobrevivido», acrescentou.
O facto de esta ser a terceira queda livre de uma Soyuz reflecte problemas com a manutenção técnica das naves espaciais russas.
«Não há garantias de que tal experiência não se repita com a próxima tripulação da Soyuz que aterrará dentro de meio ano», asseverou.
As Soyuz russas foram o único elo entre a Terra e a plataforma orbital desde a catástrofe do vaivém norte-americano Columbia em 2003 e até a NASA retomar esses voos o ano passado.
Lusa/SOL