quarta-feira, 14 de novembro de 2007



A Terra nasce sobre a superfície da Lua, conforme se pode ver neste frame de um vídeo gravado a bordo do explorador lunar japonês Kaguya. ©Reuters

domingo, 11 de novembro de 2007

Choque de asteróide temido para 2029

Vários deputados norte-americanos acusaram a NASA de negligenciar a vigilância dos asteróides. Os parlamentares alegam que a Terra poderá ser atingida perigosamente por um deles em 2029. A agência especial assegura, no entanto, que os riscos são mínimos. Segundo os deputados da Sub-Comissão da Câmara de Representantes do Espaço e da Aeronáutica, um asteróide, nomeado "Apophis", com 250 metros de diâmetro, poderá aproximar-se perigosamente da Terra em 2029. Aliás, foi esse risco que fez com que, em Fevereiro passado, o Congresso norte-americano pedisse à NASA para reforçar a monotorização do "Apophis" (que, em grego, significa "destruidor"). É que, segundo diziam na altura cientistas de todo o mundo, um impacto do asteróide também designado por 2004 MN4 poderia desintegrar uma extensão da terra do tamanho da ilha de Sicília. Nove meses depois, os deputados norte-americanos consideram insuficiente a forma como a NASA tem vindo a monotorizar o "Apophis". De acordo com o deputado Tom Feeney, os números da agência espacial norte-americana indicam que, ao todo, poderão ser 20 mil os pequenos objectos cósmicos a "tocar" a superfície do planeta e causar danos de dimensão regional. "Possibilidade, zero"Donald Yeomans, responsável da NASA encarregue do programa de vigilância dos asteróides, garante, contudo, que existe uma probabilidade em 45 mil de o "Apophis" atravessar um "buraco gravitacional" e atingir a Terra em 2036 (e não em 2029 como os deputados alegam). "É uma situação muito improvável e cuja possibilidade é, sem dúvida, zero", assegurou Yeomans.Todos os anos, a NASA consagra 2,7 milhões de euros para a vigilância dos corpos menores do sistema solar. Mas só observa preventivamente os asteróides com mais de um quilómetro de diâmetro, já que considera que são "muito ínfimos" os riscos de um asteróide do tamanho do que "apagou" os dinossauros da Terra atingir novamente o planeta.Segundo a agência espacial, os asteróides capazes de provocar a extinção da humanidade, com pelo menos 10 km de diâmetro serão ainda mais raros.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Observatório descobre origem dos raios cósmicos



Já se sabe de onde vem a chuva de raios cósmicos que chega à Terra. Os físicos do Observatório Pierre Auger publicam esta sexta-feira, na revista Science, as conclusões de um estudo que fez o rastreio dos céus à procura do sítio de onde parte esta fonte de alta energia metida em pequenas partículas. Nesta investigação estão também envolvidos cientistas portugueses.
( 19:26 / 08 de Novembro 07 )



O Observatório Pierre Auger é um consórcio de cientistas oriundos de 17 países e no qual Portugal está presente através do Laboratório de Física Experimental de Partículas, o LIP, liderado por Mário Pimenta, e que assim tem acesso ao maior detector de raios cósmicos do mundo.Os raios cósmicos de muito alta energia são partículas que chegam à terra com energia um milhão de vezes mais alta do que aquela que é possível alcançar num acelerador de partículas. A existência destes raios cósmicos foi assinalada há cinquenta anos e, desde então, se pergunta de onde vêm estes raios. Parte da reposta foi desvendada pelo trabalho desenvolvido pelo Observatório e é amanhã divulgada na revista Science.Os dados recolhidos no Observatório Pierre Auger indicam que as fontes dos raios cósmicos mais energéticos que chegam à Terra não estão uniformemente distribuídas no Espaço Celeste mas coincidem antes com a localização de galáxias próximas que contêm buracos negros activos nos seus centros.

370 físicos

09.11.2007, Teresa Firmino
Em 1912, um físico descobriu que eles existiam. Em 1938, outro físico observou a chuva de partículas que provocam quando batem na atmosfera terrestre. Em 2007, um batalhão de cientistas, incluindo 11 portugueses, descobriu finalmente a fábrica onde são produzidos os raios cósmicos mais raros
Durante o último ano, a descoberta teve o carimbo de "top secret". Não por recearem que alguém se apropriasse dela indevidamente, mas porque queriam certificar-se do que tinham observado. Seria embaraçoso fazer uma grande revelação sobre os enigmáticos raios cósmicos que, afinal, não passasse de um grande equívoco.Agora, os mais de 370 físicos que andaram à caça da forma mais rara de raios cósmicos - aqueles que têm mais energia - encontram-se em condições de revelar o segredo que tão bem guardaram, num artigo com direito a capa na edição de hoje da revista Science. A descoberta é sobre a origem desses raios: vêm de buracos negros monstruosos, que se encontram activos no centro de algumas galáxias."As pessoas não sabiam de onde vinham os raios cósmicos com maior energia. É uma daquelas questões com que se sonha há 100 anos", diz o português Mário Pimenta, um dos 370 caçadores de raios cósmicos, que chefia os dez cientistas portugueses envolvidos no projecto. Foi o físico austro-americano Victor Hess quem descobriu, em 1912, os raios cósmicos, partículas invisíveis que bombardeiam a atmosfera da Terra, durante experiências com balões. Por tal descoberta receberia o Nobel da Física de 1936.Tudo o que vem do espaço não é, porém, "raios cósmicos". Numa representação do espectro electromagnético, com a luz visível aos olhos humanos ao centro, ladeada à direita pela radiação infravermelha e à esquerda pela ultravioleta, os raios cósmicos surgem no extremo esquerdo, para além mesmo dos raios gama, em termos de energia.Em 1938, o francês Pierre Auger foi quem primeiro observou os efeitos da chegada ao nosso planeta desses raios que atravessam o universo quase à velocidade da luz: quando chocam com as moléculas no topo da atmosfera, a cerca de 20 quilómetros de altitude, originam uma chuva de partículas secundárias, que depois atingem a superfície da Terra e cobrem dezenas de quilómetros quadrados. Somos permanentemente atravessados por essa chuvada de partículas. Mas os raios cósmicos não são todos iguais. Aqueles que têm baixas energias são abundantes, vêm de todas as direcções, principalmente de estrelas no interior da nossa galáxia, a Via Láctea, e sabe-se que são protões e núcleos de átomos pesados. Apesar disto, a única fonte de raios cósmicos conhecida com exactidão, até agora, era o Sol, sublinha Paul Mantsch, o chefe da vasta equipa, num comunicado. Há ainda aqueles raios cósmicos que os cientistas consideram como diamantes, os tais mais energéticos. Possuem uma energia igual à de uma bola de ténis lançada com uma velocidade de 205 quilómetros por hora. Pode parecer pouco, mas é uma quantidade de energia colossal para um grãozinho que é cerca de dez biliões de vezes (10.000.000.000.000) mais pequeno do que uma bola de ténis. "Eles são 100 milhões de vezes mais energéticos do que aquilo que se produz nos aceleradores de partículas mais potentes da Terra", refere um comunicado. Armadilha na ArgentinaO problema é que estas bolinhas cósmicas são tão raras que, durante um século, apenas uma por quilómetro quadrado atinge a atmosfera. O que explica por que razão alguns dos mistérios que as rodeiam - de onde vêm?, de que são exactamente feitas? - tenham persistido durante quase um século.Havia que caçá-las, coisa que os cientistas têm procurado fazer. Mas como chegam tão poucas, para apanhar uma quantidade expressiva, só com uma armadilha gigantesca. A ideia para construir essa armadilha partiu de dois físicos, em 1992: Alan Watson, da Universidade de Leeds, no Reino Unido, e James Cronin, da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. Hoje, essa armadilha é conhecida pelo nome de Observatório Pierre Auger, na Argentina, um projecto que começou a ser construído em 1999.Os restos de um banqueteNo início de 2004, o observatório iniciava a caçada e há cerca de um ano surgiam já os primeiros resultados. Tinha-se apanhado uma dezena de raios cósmicos altamente energéticos - ou será que não se tinha?"As pessoas tiveram muitas dúvidas, por isso esteve no segredo dos deuses, para termos a certeza dos dados", conta Mário Pimenta, um dos directores do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP). Ao longo do último ano, reuniram provas e hoje "desclassificam" a descoberta de 27 raios cósmicos ultra-energéticos ou, como dizem os físicos, de 27 "acontecimentos". Nunca antes se tinham detectado tantos raios cósmicos com tanta energia como esses. Há um motivo para a preferência dos cientistas por raios cósmicos ultra-energéticos: são esses que deixam um rasto desde a sua fonte de origem. Quase não são desviados pelo campo magnético da nossa galáxia, pelo que a direcção de onde vêm no cosmos não é perturbada, ao contrário do que acontece com outros de mais baixa energia. Ora, o rasto dos 27 raios cósmicos conduziu os cientistas até a "núcleos galácticos activos", como se chamam os buracos negros supermaciços no centro das galáxias. Estes buracos negros colossais, de que se conhecem 318, já estavam entre os suspeitos. Estavam à espera de um resultado tão cedo? "Não. Ninguém esperava que nos primeiros "acontecimentos" houvesse uma correlação tão nítida [entre raios cósmicos ultra-energéticos e aquele tipo de buraco negro]", responde Mário Pimenta. Estes buracos negros têm algo como um milhão a 1000 milhões de vezes a massa do Sol, o que os torna sugadores de quantidades descomunais de matéria. Na nossa galáxia também mora um desses monstros, com três milhões de massas solares, mas não é um núcleo galáctico activo. Se fosse, não estaríamos cá ("são fontes de radiação muito intensas, incompatíveis com a vida"). Só um por cento das galáxias alberga um destes devoradores, resultantes, por exemplo, da colisão com outra galáxia. Enquanto se banqueteiam, estes buracos negros produzem raios cósmicos: "A matéria na vizinhança do buraco negro é atraída para ele e acelerada a grande velocidade. Nesse processo, uma pequena parte acaba por ser ejectada."O que sãoAssim, o que os mais de 370 físicos captaram no topo da atmosfera da Terra são nada menos do que os restos do jantar de buracos negros próximos da Via Láctea (em termos cósmicos, é claro), a 326 milhões de anos-luz. Quais ossos de frango no caixote do lixo, essas sobras chegam sob a forma de protões, outro mistério agora esclarecido. "Estamos a responder à questão de onde vêm. E o que são. Como são produzidos é que não sabemos ainda. O mecanismo exacto não é conhecido. É o mistério que fica", diz Mário Pimenta. "Agora começamos a compreender os processos violentíssimos que ocorrem nas galáxias vizinhas e vamos aprender mais sobre os buracos negros e o seu papel na evolução do universo", acrescenta James Cronin num comunicado. Já se olhava para o universo de muitas maneiras; via-se a sua luz visível, os infravermelhos, ultravioletas, ondas de rádio, os raios X... e agora pode ver-se pelo prisma dos raios cósmicos.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Estação Espacial Internacional e Discovery vão estar visíveis amanhã no céu da Europa


Ver a Estação Espacial Internacional (ISS) a voar em formação com o Space Shuttle Discovery que regressa a casa e se prepara para aterrar na Florida é uma oportunidade rara mas que se tornará real na madrugada de amanhã.
Entre as 6h30 e as 6h37 de Lisboa a ISS, seguida de perto pelo Discovery, voará ao longo de uma linha que passará por Cádis e Barcelona (Espanha), Marselha (França), Turim e Milão (Itália), em direcção à Áustria. Os residentes em Paolo Nespoli, em Verano Brianza, perto de Milão, deverão ter uma visão clara deste acontecimento quando acordarem. Os mais madrugadores na Sicília, sul de Itália, e na Grécia, poderão observá-la em órbita ou 90 minutos mais cedo, entre as 4h29 e as 5h03 de Lisboa, em Itália, ou entre as 4h59 e as 6h03 de Lisboa, na Grécia.O Discovery, com a missão denominada STS-120, partiu da Estação Espacial ontem, dia 5 de Novembro, às 10h32 de Lisboa, e está previsto que aterre na Florida amanhã às 6h02 de Lisboa.O Discovery partiu para o espaço no passado dia 23 de Outubro. Pela segunda vez na história dos 23 lançamentos em direcção à ISS, de um total de 120 voos, uma mulher, Pamela Melroy, foi a líder do grupo e o italiano Paolo Nespoli, representante de Agência Espacial. A missão de 14 dias envolvia a entrega do Módulo 2, Harmony de 14,3 toneladas, que será a casa dos laboratórios de investigação Colombo (europeu) e Kibo (japonês). Foi ainda instalada uma nova antena solar que permitirá aumentar a produção eléctrica da estação, algo essencial para a investigação a bordo. Apesar de na instalação da nova antena se ter danificado um painel solar de uma outra antena o problema foi solucionado. A missão este sempre envolvida em polémicas relacionadas com a segurança, isto depois do acidente com o Columbia em 2003.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Aquecimento global
















Furacões






O olho do furacão- foto tirada por avião que o sobrevoava





Furacão Katrina






Estrutura do furacão




As melhores fotos do espaço









































































































Imagem de Saturno em 13 de Janeiro de 2005













terça-feira, 30 de outubro de 2007

Detectado buraco negro gigante



Cientistas descobriram um buraco negro 24 a 33 vezes maior que o Sol, tornando-se no maior já detectado a partir da morte de uma estrela e que põe em causa a teoria que explica a sua formação.
( 21:14 / 30 de Outubro 07 )



«Parece que os buracos negros que se formam a partir de estrelas mortas são muito maiores do que pensávamos», explicou Andrea Prestwich, da equipa da Harvard-Smithsonian Center de Astrofísica em Cambridge. Segundo um artigo a publicar na edição de quinta-feira na Astrophysical Journal Letters, este buraco negro pertence à classe de objectos formados durante a morte de estrelas massivas e que são 10 vezes maiores que o Sol. O objecto está situado na galáxia anã IC10, a 1,8 milhões de anos-luz da Terra, na constelação de Cassiopéia. Os buracos negros absorvem toda a matéria e luz que neles penetrem e não podem ser visto directamente, por isso os cientistas só os detectam através dos efeitos da gravitação noutros objectos ou pela radiação que emitem. Este buraco negro vem substituir o recorde atingido por outro objecto idêntico, encontrado há duas semanas, mas que era apenas 16 vezes maior que o Sol, localizado na galáxia M33.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Instrumento português vai estudar subsolo de Marte em 2013

Em 2013, um instrumento científico português poderá estudar subsolo de Marte, integrado na missão ExoMars, da Agência Espacial Europeia (ESA), num projecto que está a ser desenvolvido há um ano e meio por um consórcio 100 por cento nacional.
O Subsurface Permittivity Probe, ou SP2, é o instrumento que vai integrar a missão europeia, com o objectivo de estudar as propriedades eléctricas do subsolo de Marte.
«Ao medir as propriedades pode indicar se há ou não há água, mesmo que seja em muito pequenas quantidades, como apenas humidade», explicou à Lusa Pedro Pina, do Instituto Superior Técnico, uma das universidades envolvidas no projecto.
O SP2, cujo projecto inicial está aprovado pela ESA, será o primeiro instrumento a estudar o subsolo de Marte, onde até agora só se explorou a superfície, num projecto orçamentado em dois milhões de euros.
A sonda ExoMars tem como objectivo o estudo do planeta Vermelho para detectar provas de vida e tem lançamento previsto para 2011 para chegar a Marte em 2013.
O investigador português Fernando Simões, que estagiou na ESA e está a trabalhar em França, apercebeu-se da oportunidade de criar um instrumento de origem lusa que integrasse a missão da Agência e lançou as bases para a formação do consórcio SP2.
Em Abril de 2006, realizaram-se as primeiras reuniões com várias empresas e universidades para conhecer os currículos e as soluções para integrar o consórcio.
Depois de analisadas as propostas, seguiu-se a escolha das Universidades e das empresas, um total de oito elementos, que hoje formam o consócio SP2.
Da ExoMars fazem parte 11 instrumentos, criados por vários países europeus, e cuja selecção foi uma competição internacional «muito forte», disse Pedro Pina.
A aprovação final do projecto SP2 é feita em Abril de 2008, estando agora este consórcio à procura de financiamento, conforme as regras da ESA.
«A aprovação da ESA é feita por etapas e está dividida em oito partes. Para qualquer instrumento integrar uma missão tem de chegar ao nível oito, nós estamos no nível quatro», afirmou Pedro Pina.
O nível cinco, que tem de ser cumprido até Abril de 2008, exige o financiamento aprovado, disse o mesmo responsável, acrescentando que até agora têm trabalhado com verbas próprias.
«Apresentámos o projecto e uma proposta bastante detalhada ao Estado português», disse Pedro Pina, explicando que é este financiamento que permitirá «dar o salto».
«O financiamento é na ordem dos dois milhões de euros, o que significa três cêntimos por português em cerca de oito anos», explicou.
A componente científica do projecto é liderada pelo Instituto Superior Técnico e conta com a participação de investigadores da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, do Instituto de Telecomunicações, Pólo de Lisboa e da Edisoft.
O desenvolvimento do hardware e software, a componente técnica, é da responsabilidade da EFACEC, Critical Software, Active Space Technologies e Rotacional.
Para o país, este projecto pode ser «muito importante», disse Pedro Pina, porque permite a internacionalização das empresas portuguesas e da ciência em Portugal, em particular das ciências do espaço.
Além disso, acrescentou o mesmo responsável, permite o retorno ao país de alguns investigadores portugueses que estão no estrangeiro.
E, por fim, reforça a ligação entre a universidade e a indústria, motiva as gerações futuras para o sector, não só a nível técnico, mas também científico.


Diário Digital / Lusa
29-10-2007 18:17:00

domingo, 28 de outubro de 2007

Estudo detecta ‘defeito de fabrico’ no universo


Um estudo publicado hoje na revista Science por uma equipa espanhola e britânica liderada por Marcos Cruz, do Instituto de Física de Cantábria, diz que a causa de uma ‘mancha fria’, uma zona do espaço onde parece não existir nada, é um defeito que remonta à origem do universo



A existência dessa mancha fria é uma das questões que mais tem preocupado a comunidade astronómica actual, e pode ganhar resposta em breve.
Segundo o estudo de Marcos Cruz, esse buraco com um bilião de anos-luz de largura não é desprovido de matéria e energia, mas sim uma distorção causada, precisamente, por esse «defeito» no espaço.
A ‘mancha fria’ foi detectada pelo satélite WMAP, lançado em 2001, quando foram localizadas com rigor as microondas espaciais.
Também conhecida como radiação cósmica de fundo, essa energia é uma espécie de eco do Big Bang, uma vez que tem origem no momento da geração do Universo.
Contudo, há um melindre na comunidade científica que a impede de admitir tratar-se de um vazio, pois é tido como verdade que a energia e a matéria espalhadas pelo Big Bang deveriam distribuir-se de forma minimamente uniforme, e um vazio daquele tamanho e natureza não faz sentido.
Os «defeitos» de origem do Universo estariam, ao que Marcos Cruz indica, a desviar a radiação que ali deveria estar num outro sentido.
Tal anomalia terá sido causada pelo arrefecimento do Universo, no tempo que tem vindo a passar após o Big Bang, um pouco à imagem das regiões opacas que se verificam num cubo de gelo quando a água solidifica, mas com um nível muito superior de energia.
«Assim como o desalinhamento na estrutura cristalina do gelo leva a defeitos, o desalinhamento na quebra de simetria das teorias unificadas leva à formação de defeitos cósmicos», escreve Marcos Cruz e o grupo de investigação.
Ainda assim, os autores do artigo admitem que estas hipóteses não são definitivas, uma vez que foram alcançadas por meio de simulações por computador, mas poderão vir a ser reforçados no futuro por testes de satélites.


SOL com agências

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Vaivém Discovery já partiu



O vaivém espacial norte-americano Discovery já partiu do Cabo Canaveral, no estado da Florida, com sete astronautas a bordo, a caminho da Estação Espacial Internacional, no 120º voo espacial da NASA.


( 18:32 / 23 de Outubro 07 )
A nave descolou, como previsto, às 11:38 locais (16:38 de Lisboa), no seu 35º voo, para uma missão complexa de duas semanas no espaço. As condições meteorológicas podiam comprometer este lançamento, mas o céu apresentava-se praticamente limpo para a descolagem sem problemas. A duas horas da partida foi detectada a formação de uma camada de gelo na canalização que fornece hidrogénio líquido do depósito de combustível aos motores do vaivém. Esta camada de gelo não se revelou preocupante para a equipa de engenheiros que analisou a situação, tendo anunciado que a camada acabou por derreter. Os engenheiros da NASA optaram por não substituir os painéis de protecção térmica nas asas do vaivém após a detecção de fissuras microscópicas na parte exterior da protecção, tal como recomendado por um painel independente de engenharia e de segurança. Estas fissuras foram consideradas de «baixo risco» pela NASA, não merecendo por isso a necessidade de reparação. A tripulação é a comandada por Pamela Melroy, a segunda mulher a liderar uma missão, e sai para o espaço acompanhada do piloto George Zamka e os especialistas de missão Scott Parazynski, Stephanie Wilson, Doug Wheelock, Dan Tani e Paolo Nespoli, este último em representação da Agência Espacial Europeia. A equipa leva para a Estação Espacial Internacional um reforço de alimentos e equipamento, além de transportar o módulo Harmony II, para ser agregado à estrutura da estação durante as cinco saídas programadas. O módulo Harmony é o elemento essencial para a construção do futuro laboratório europeu espacial Colombus e o laboratório japonês Kibo, a instalar na Estação Espacial. A NASA tem planos para realizar mais 11 missões até 2010 à Estação Espacial Internacional para completar os trabalhos de construção. O projecto da nova Estação Espacial Internacional, no qual participam 16 países, está avaliado em 70,3 mil milhões de euros e será fundamental no início dos trabalhos de missões para Marte.

Agência Espacial Europeia avalia novos projectos

Uma missão não tripulada a Titã, uma das luas de Saturno, é um dos projectos que a Agência Espacial Europeia (ESA) tem entre as candidaturas para novos projectos. A missão, que poderá ser concretizada antes do fim da próxima década, consistirá no lançamento de um balão sobre Titã. Com nome de código Tandem, esta missão prevê que, além de Titã, a mesma nave possa enviar uma sonda a Enceledus, outra das luas de Saturno que, neste momento, maior curiosidade lança entre a comunidade científica.Esta é uma das ideias que a ESA tem entre mãos e que se enquadram num conjunto de candidaturas projectos de investigação que, em conjunto, é conhecido como "Cosmic Vision" (visão cósmica) e que, partindo das grandes questões que no momento se colocam à investigação espacial, visa encontrar soluções possíveis (e viáveis) para a criação de missões que permitam obter respostas.Há dois grupos de projectos sob a alçada "Cosmic Vision", os L-Class, que podem ter orçamentos na ordem dos 650 milhões de euros e os M-Class, que não devem ultrapassar os 300 milhões. Para as missões mais dispendiosas, a ESA terá de encontrar parcerias internacionais. Entre as candidaturas para projectos de maior orçamento conta-se, além da missão a Titã, uma outra, Lelpace, com a curiosidade centrada em Júpiter e em particular na sua Lua Europa, Xeus (um telescópio de raios X) e Spica (uma eventual colaboração com os japoneses na criação de um novo telescópio de infravermelhos).Menos dispendiosas são as candidaturas M-Class que, entre outros projectos, apresentam Marco Polo (uma missão de recolha de amostras a um asteróide próximo da Terra) e Plato (missão apontada ao estudo de planetas exteriores ao sistema solar). Depois de avaliados os projectos a concurso, a ESA escolherá um L-Class e um M-Class para respectiva concretização a partir de 2015.

sábado, 20 de outubro de 2007

As 10 melhores fotos captadas pelo telescópio Hubble no espaço sideral.

Fotos surpreendentes , realmente difíceis de imaginar. Um ano luz tem 9.454.254.955.488 km de comprimento.


1º- A Galáxia do Sombrero - distante 28 milhões de anos luz da Terra - foi eleita a melhor foto, captada pelo Hubble. As dimensões desta Galáxia, oficialmente denominada M104, tem uma aparência espetacular. Ela têm 800 bilhões de sois e um diâmetro de 50.000 anos luz.
(- The Sombrero Galaxy - 28 million light years from Earth - was voted best picture taken by the Hubble telescope. The dimensions of the galaxy, officially called M104, are as spectacular as its appearance.It has 800 billion suns and is 50.000 light years across.)



2º -A Nebulosa da Formiga, que é uma nuvem de poeira cósmica e gás, cujo nome técnico é Mz3. assemelha-se a uma formiga quando observada por telescópios fixos. Esta Nebulosa, esta distante da nossa Galáxia, e da Terra, entre 3.000 a 6.000 anos luz.
(- The Ant Nebula, a cloud of dust and gas whose technical name is Mz3, resembles an ant when observed using ground-based telescopes. The nebula lies within our galaxy between 3.000 and 6.000 light years from Earth.)




3º - Em terceiro lugar está a Nebulosa NGC2392, chamada Esquimó, pois se assemelha a um rosto circundado por chapéu ou gorro enrugado. Este chapéu, na realidade, é um anel formado por estruturas ou restos desagregados de estrelas mortas. A Esquimó está há 5.000 anos luz da Terra.
(- In third place is Nebula NGC 2392, called Eskimo because it looks like a face
surrounded by a furry hood. The hood is, in fact, a ring of comet-shaped objects flying away from a dying star. Eskimo is 5.000 light years from Earth.)



4º - Em 4º lugar temos a Nebulosa Olho de Gato, que tem uma aparência do olho esbugalhado do feiticeiro Sauron do filme "O senhor dos anéis".
(- At four is the Cat's Eye Nebula, which looks like the eye of disembodied sorcerer Sauron from Lord of the Rings.)


5º - A Nebulosa Ampulheta, distante 8.000 anos luz, que tem um estrangulamento no meio, por causa dos ventos que modelam a nebulosa, serem mais fracos na sua parte central.
(- The Hourglass Nebula, 8.000 light years away, has a pinched-in-the-middle look because the winds that shape it are weaker at the centre.)





6º - Em 6º lugar está a Nebulosa do Cone. A parte que aparece na foto tem 2.5 anos luz de comprimento (o equivalente a 23 milhões de voltas ao redor da Lua).
(- In sixth place is the Cone Nebula. The part pictured here is 2.5 light years in length (the equivalent of 23 million return trips to the Moon).



7º - A Tempestade Perfeita, uma pequena região da Nebulosa do Cisne, distante 5.500 anos luz; descrita como "um borbulhante oceano de hidrogênio, e pequenas quantidades de oxigênio, enxofre e outros elementos".
(- The Perfect Storm, a small region in the Swan Nebula, 5.500 light years away, described as a 'bubbly ocean of hydrogen and small amounts of oxygen, sulphur and other elements'.)







8º - Noite Estrelada, assim chamada por lembrar aos astrônomos um quadro de Van Gogh com este nome. É um halo de luz que envolve uma estrela da via Láctea.
(- Starry Night, so named because it reminded astronomers of the Van Gogh painting.It is a halo of light around a star in the Milky Way.)




9º - Um redemoinho de olhos "furiosos" de duas galáxias, que se fundem, chamadas NGC 2207 e IC 2163, distantes 114 milhões de anos luz na distante Constelação do Cão Maior (Canis Major).
(- The glowering eyes from 114 million light years away are the swirling cores of two merging galaxies called NGC 2207 and IC 2163 in the distant Canis Major constellation.)


10º- A Nebulosa Trifid. É um "berçário estelar", afastado da Terra 9.000 anos luz, e é o lugar onde nascem as novas estrelas.
(- The Trifid Nebula. A 'stellar nursery', 9.000 light years from here, it is where new stars are being born.)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Espaço: Estação Espacial Internacional e vaivém "Discovery" comandados pela primeira vez por duas mulheres

20 de Outubro de 2007, 00:25

Washington, 20 Out (Lusa) - Peggy Whatson tornou-se sexta-feira a primeira mulher a comandar a Estação Espacial Internacional e aguarda a chegada esta semana do vaivém Discovery que, pela primeira vez, é também dirigido por uma mulher, Pamela Melroy.
Será a primeira vez que duas mulheres estão à frente das tripulações que têm a responsabilidade pelas missões mais complexas no espaço, onde a cosmonauta soviética Valentina Tereshkova foi pioneira feminina com a sua travessia de quase três dias em 1963.
Quase meia centena de mulheres, na sua maioria russas ou norte-americanas mas também da Grã-Bretanha, do Irão e do Canadá, acumularam recordes de permanência no espaço e de trabalho fora das naves.
Whitson, de 47 anos, e na sua segunda missão espacial, recebeu sexta-feira do comandante russo Fiodor Iurchikhin a responsabilidade de uma estrutura de 220 toneladas que orbita a uns 380 quilómetros da Terra e que está a entrar numa fase crucial da sua construção.
Antes de partir numa nave russa "Soyuz", Whitson recebeu uma vara de madeira que simboliza a sua posição como a que transportam os homens cazaques e que representa a autoridade.
"A vara é para que os homens se lembrem de que és tu quem manda", disse numa conferência de imprensa Sergei Shevchenko, que é quem prepara as missões espaciais russas.
Por sua parte, a piloto retirada da Força Aérea dos Estados Unidos, Melroy, que acaba de cumprir 46 anos e conta com 5.000 horas de vôo, das quais 200 foram em missões de combate no Golfo Pérsico, conduzirá o Discovery e uma tripulação de seis astronautas.
Durante os 14 dias da próxima missão do Discovery, Whitson e Melroy serão as responsáveis pela instalação, no posto orbital, do módulo "Harmony", fabricado por Itália, que se ligará ao extremo do módulo norte-americano "Destiny", o laboratório principal da Estação Espacial Internacional.
BZC.
Lusa/Fim

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

- Eclipse lunar - 2007

Conhecer melhor o Sol


Joana Silva Santos 2007-10-18
O Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra lança projecto destinado ao Ensino Básico e Secundário. A ideia é contribuir para um melhor conhecimento do astro-rei.
Promover a ciência e a astronomia em particular junto dos alunos dos 2.º e 3.º ciclos dos ensinos Básico e Secundário. É este o objectivo do recente projecto "Sol para Todos", organizado pelo Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra.O projecto desenvolve-se tendo por centro o espólio de mais de 30 mil imagens do Sol - espectro-heliogramas - existentes no Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, fruto de um trabalho de mais de 80 anos de observações diárias do Sol, iniciado em 1926. Actualmente, encontram-se digitalizadas e disponíveis ao público aproximadamente 15 mil imagens, fruto de um projecto igualmente financiado pelo Ciência Viva, que decorreu entre 2002 e 2004. As restantes imagens encontram-se ainda em processo de digitalização. Esta iniciativa pretende assim disponibilizar esta colecção sob a forma digital via Internet a alunos portugueses e estrangeiros, bem como um conjunto de actividades que permitam o uso dessas imagens com vista à realização de trabalhos de introdução ao método científico e à investigação, que terão como pano de fundo o Sol e a sua atmosfera.Procurando contribuir para um melhor conhecimento do astro-rei, e da sua influência no ambiente do nosso planeta, João Fernandes, do Departamento de Matemática da Universidade de Coimbra e Observatório Astronómico da Universidade de Coimbra, e coordenador do projecto, convida alunos e professores a participarem em actividades que "pretendem ser pluridisciplinares e foram pensadas para uma utilização óptima dentro do projecto área-escola, embora possam perfeitamente ser executadas quer em sala de aula e/ou em ambiente de atelier".Ao todo são sete as actividades propostas e incluem áreas como a Matemática, a Geografia, as TIC e as disciplinas de ciências. Seja em aulas, e de acordo com o programa, ou em clubes de astronomia, os alunos do Ensino Básico podem participar na contagem de manchas solares; no ciclo dos 11 anos e na identificação do máximo e mínimo solar; no filme da rotação solar e na determinação das dimensões de uma protuberância.Já para os alunos do Ensino Secundário estão preparados projectos como o ciclo de 11 anos de actividade em outras imagens do Sol; a comparação do número de manchas com a temperatura e pressão atmosférica em Coimbra e a determinação da velocidade e período de rotação do Sol.Este projecto tem o apoio da Agência Ciência Viva e do Programa Operacional Ciência e Inovação 2010 e decorre ao longo de todo este ano lectivo.Mais informações:http://www.mat.uc.pt/sun4all

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

LEMBRAR O AMBIENTE


PRESERVAR O AMBIENTE É MISSÃO DE TODOS NÓS

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

tudo sobre o sistema solar

http://web.educom.pt/escolovar/solar.htm

Os Nove Planetas

Os Nove Planetas
Um Tour Multimedia pelo Sistema Solar por Bill Arnett


Esta é uma explanação do nosso sistema solar com texto, fotos, sons e algumas animações. Cada um dos planetas e luas do nosso sistema solar é brevemente descrita e ilustrada com fotos de naves da NASA. Com poucos cliques, você pode ver imagens que a apenas algumas décadas atrás só poderiam ser vistas em sonhos.
O nosso conhecimento do sistema solar é bastante grande. Mas ainda está longe de ser completo. Alguns dos corpos ainda não foram fotografados de perto. O "The Nine Planets" é um apanhado do que nós conhecemos atualmente. Nós ainda estamos explorando. Muito mais ainda está por vir.
Mantendo o espirito do Web, existem vários links para outras fontes de informação, incluindo centenas de fotos e animações. Este documento é atualizado regularmente à medida que novas informações são publicadas.
Uma visão geral do sistema solar
O Sol
Mercúrio
Vênus
Terra
A Lua
Marte
Phobos
Deimos
Júpiter
Metis, Adrastea, Amalthea and Thebe
Io
Europa
Ganymede
Callisto
Leda, Himalia, Lysithea, Elara, Ananke, Carme, Pasiphae and Sinope
Saturno
Pan, Atlas and Prometheus
Pandora
Epimetheus
Janus
Mimas
Enceladus
Tethys, Telesto and Calypso
Dione and Helene
Rhea
Titan
Hyperion
Iapetus
Phoebe
Novos satélites possíveis
Urano
Cordelia, Ophelia, Bianca, Cressida, Desdemona, Juliet, Portia, Rosalind, Belinda and Puck
Miranda
Ariel
Umbriel
Titania
Oberon
Netuno
Naiad, Thalassa, Despina and Galatea
Larissa
Proteus
Triton
Nereid
Plutão e Charon
Pequenos corpos
Cometas
Cometa Halley
Comet Shoemaker-Levy 9
O cinturão de Kuiper e a nuvem de Oort
Asteróides
951 Gaspra
243 Ida
Meteoros e Meteoritos
O Meio Interplanetário
Naves envolvidas na ciência planetária
Como você pode ajudar a contínua exploração do espaço.
Glossário de termos técnicos
Apêndices
Dados do Sistema Solar ; Dados adicionais
Extremos, o maior, mais brilhante, etc..
Cronologia das descobertas
Lingüística planetária
Nomes Astronômicos e como eles são atribuidos.
Planetas hipotéticos (ou não acredite em tudo que você lê.)
Lista de fotos, um índice das imagens planetárias na internet

A tua idade noutros planetas


Queres saber a tua idade noutros planetas?

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Tudo sobre o Sputnik


Sputnik, que em Russo significa "amigo" ou "companheiro", pode ser o seguinte:
o primeiro satélite artificial lançado pela URSS (e o primeiro objeto fabricado pelo homem a orbitar a Terra);
um conjunto de espaçonaves e lançadores Sputnik;
o programa de foguetes e espaçonaves Sputnik e suas missões não tripuladas.
Sputnik foi o primeiro satélite artificial da Terra. Foi lançado pela URSS em 4 de outubro de 1957 no Cosmódromo de Baikonur (base de foguetes da URSS), e a missão que o lançou chamou-se Sputnik I. O Sputnik era uma esfera de aproximadamente 58,5 cm e pesando 83,6 kg. Ele não tinha nenhuma função, a não ser transmitir um sinal de rádio, "beep", que podia ser sintonizado por qualquer radio-amador. O satélite orbitou a Terra por seis meses antes de cair.


- Transmissão de rádio da Sputnik I ?



O foguete, chamado R.7, pesava 4 toneladas e entrou em órbita também. Ele foi projetado originalmente para lançar ogivas nucleares.
A Sputnik II, lançada ao espaço em 3 de novembro de 1957, pesando 543,5 kg, enviou o primeiro ser vivo ao espaço, uma cadela da raça laika, chamada Kudriavka. Dados biológicos do animal foram monitorados durante uma semana. O animal morreu devido à reentrada, já que não havia planos para recuperar a cápsula.
A Sputnik III lançou um laboratório espacial de estudo do campo magnético e do cinturão radiativo da Terra. Foi lançado em 15 de maio de 1958, pesando 1340 kg, e permaneceu em órbita por dois anos.
A Sputnik IV (também chamada Korabl-Sputnik-1) foi lançada ao espaço em 15 de maio de 1960. Sua carga de 4.540 kg era espetacular para a época, e representava um passo importante na preparação da URSS para colocar um homem no espaço. A cabine continha um manequim humano em tamanho natural. Uma falha nos retrofoguetes impediu a reentrada da nave de forma controlada na atmosfera terrestre.
Finalmente, a Sputnik V (também chamada Korabl-Sputnik-2), a última missão Sputnik, foi lançada ao espaço em 19 de agosto de 1960 com os cachorros Belka e Strelka, quarenta camundongos, dois ratos e diversas plantas. A espaçonave retornou a Terra no dia seguinte e, diferentemente do que aconteceu com a cadela Kudriavka, todos os animais foram recolhidos a salvo. A missão testou a possibilidade de enviar seres vivos ao espaço e retorná-los com vida. Foi estudada a adaptação posterior dos animais à ausência de gravidade.

Ainda houve três missões chamadas Korabl-Sputnik-3, Korabl-Sputnik-4 e Korabl-Sputnik-5, que representaram os últimos esforços pré-Vostok (a espaçonave que levou Yuri Gagarin ao espaço, e que passou a ser a primeira geração de naves tripuladas da URSS). As duas últimas enviaram naves Vostok e já foram lançadas segundo um padrão de órbita que permitisse o envio de humanos ao espaço.
A Korabl-Sputnik-3 foi lançada em 1 de dezembro de 1960 e levava a bordo dois cachorros, chamados Pchelka e Mushka, ratos, insetos e plantas.
A Korabl-Sputnik-4 decolou de Baikonur em 9 de março de 1961. A espaçonave pesava 4700 kg e levava um manequim de homem em tamanho natural (cujo apelido era Ivan Ivanovich), e um cachorro chamado Chernuschka.
A Korabl-Sputnik-5 decolou da base de Baikonur em 25 de março de 1961, levando a bordo um cachorro chamado Zvezdochka.
A missão Sputnik I, junto com o vôo de Yuri Gagarin no Vostok I, teve um impacto profundo na história da exploração espacial, foram os eventos que desafiaram os estadunidenses e foram a gota d'água para o lançamento do programa espacial dos EUA objetivando alcançar a Lua.
A Sputnik tornou-se uma lenda e um marco da exploração espacial. Sua história confunde-se com a tenacidade de seu principal engenheiro, Sergei Korolev, que mais tarde foi indicado por Nikita Khrushchov, o lider soviético na época, como "engenheiro-chefe" do programa espacial soviético.
A Sputnik provou duas coisas importantes. Em primeiro lugar que era possível colocar em órbita um artefato humano, e em segundo lugar, e mais importante, que era possível colocar seres vivos no espaço, inclusive humanos.

Ver também
Exploração espacial
Programa espacial soviético
Ligações externas
Russian Space Web
Sputnik 1

Informações úteis






25/09/2007 - 12h34
Nasa quer enviar homem a Marte em até 30 anos
Publicidade
da France Presse, em Hyderabad (Índia)
A Nasa pretende enviar um astronauta a Marte antes de 2037, segundo declaração ontem (24) do administrador da agência espacial americana, Michael Griffin, durante conferência organizada na Índia.
Neste ano serão comemorados os 50 anos da conquista espacial, mais precisamente o 50º aniversário do lançamento do satélite Sputnik pela União Soviética em 4 de outubro de 1957, lembrou Griffin.
Em 2057, para o centenário, "deveríamos comemorar também o 20º aniversário de um homem em Marte", declarou o cientista diante dos 2.000 delegados indianos e estrangeiros reunidos em Huderabad para a conferência internacional sobre a indústria espacial.
"Olhamos para a Lua e para Marte para construir a civilização do amanhã e mais além", afirmou o administrador.
A Nasa lançou em Agosto passado a Phoenix, sonda marciana que será a primeira a perfurar as regiões árticas do planeta vermelho para detectar a possibilidade de vida ali.
A chegada da sonda está prevista para 25 de maio de 2008, para uma missão de três meses.






03/05/2007 - 10h58
Cientista americano desenvolve novo método para estudar gelo em Marte
Publicidadeda Efe, em LondresUm cientista americano conseguiu desenvolver um método de alta resolução mais eficaz que os raios gama para conhecer o lugar e a profundidade em que está a camada de gelo subterrânea de Marte, como publicou a revista britânica "Nature".O método, desenvolvido por Joshua L. Banfield, toma como referência as mudanças na temperatura da superfície marciana de acordo com a estação. Elas são medidas pela sonda Mars Odyssey, da Nasa, Agência Aero-Espacial Americana, para conhecer as mudanças no gelo --mesmo a milhares de quilômetros abaixo de sua superfície. Até agora, as medidas tomadas com espectrômetros de raios gama só podiam oferecer mudanças produzidas no gelo a centenas de quilômetros."As observações [realizadas com o novo método] mostram mudanças significativas na profundidade do gelo [em Marte] e, em alguns casos, confirmam as previsões sobre sua distribuição subterrânea feitas por modelos de difusão de vapor e intercâmbio atmosférico", afirma Banfield.A pesquisa do cientista confirma, também, que Marte apresenta um ciclo ativo de água que depende do clima e relacionado à órbita descrita por Marte em torno do Sol."As altas concentrações de gelo que apareciam nas medições do espectrômetro de raios gama indicam que o gelo da parte mais superficial do subsolo é uma mistura de gelo e material rochoso", explica Bandfield. Segundo o cientista, a mistura de materiais tem uma inércia térmica parecida com a de uma camada rochosa sólida, muito mais elevada que a do rególito (camada rochosa fragmentada pela mudança brusca de temperatura, pelo choque de meteoritos ou por outros processos físicos que cobrem a superfície de alguns planetas).

4 de Outubro de 1957 - a nova era


MOSCOU (AFP) - No dia 4 de outubro de 1957, a União Soviética enviava ao espaço o primeiro satélite artificial da História, o Sputnik, iniciando uma corrida com os Estados Unidos que se estenderia para o Sistema Solar, como parte da disputa teconológica da Guerra Fria.
O Sputnik, uma esfera metálica de 83 quilos dotada de quatro antenas e dois transmissores de rádio, decolou às 02h28 preso a um foguete R7, o antepassado do Soyuz, das estepes do Cazaquistão. Deste mesmo local partiria no dia 12 de abril de 1961 o primeiro homem a viajar para o espaço, o russo Yuri Gagarin.
"Preparamos o lançamento do Sputnik sem muitas esperanças. Naquela época, nosso objetivo primordial era a preparação de um míssil de guerra", lembra Boris Chertok, um dos criadores dos primeiros foguetes soviéticos R7 e colaborador de Serguei Korolev, pai do programa espacial soviético.
Após os três acidentes sofridos pelo míssil R7, logo transformado em foguete, Korolev propôs então outro projeto, um satélite artificial.
Já que a URSS tentava construir um aparelho que estudasse a atmosfera e o espaço, Korolev teve a idéia de fabricar um satélite simplificado, com "dois hemisférios, um transmissor de rádio, antenas e um sistema de alimentação", segundo conta Chertok.
Temendo que os americanos lançassem um satélite no dia 5 de outubro em ocasião de uma conferência internacional, Korolev decidiu acelerar os trabalhos.
No dia 4 de outubro o Sputnik foi colocado em órbita e começou a emitir seu famoso "bip bip". Uma façanha que na União Soviética de então simbolizava, mais do que a rivalidade com os Estados Unidos, o otimismo que sucedeu a morte do ditador Joseph Stalin em 1953.
Embora o lançamento tenha ocupado apenas algumas discretas linhas do Pravda, a imprensa ocidental logo fez alarde com o potencial propagandístico e a "ameaça" militar representada pelo Sputnik.
Os Estados Unidos não tardaram a reagir, sobretudo ao ver que a URSS levava um mês depois para o espaço o primeiro ser vivo a bordo do Sputnik 2: a cachorrinha Laika.
Agora que a Rússia celebra o 50º aniversário do lançamento do primeiro satélite artificial para o espaço, existe um certo clima de otimismo entre seus cientistas, segundo o especialista Igor Lysov.
No próximo ano, o orçamento estatal para projetos espaciais é de cerca de 1,5 bilhão de dólares (por volta de 1 bilhão de euros).
"É onze vezes menos que o financiamento da Nasa, mas dez vezes mais que o orçamento do programa espacial russo de uma década atrás", disse Lysov.
A Rússia praticamente deixou de financiar programas espaciais após o colapso da União Soviética em 1991, o que levou ao fim da estação MIR em 2001.
Desde então, o bem-sucedido envio de cosmonautas para a Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo do foguete Soyuz, incluindo alguns multimilionários turistas espaciais, melhorou muito a imagem dos cientistas russos. Entretanto, Washington estuda deixar a ISS em 2015.
Por outro lado, os ganhos que a Rússia obtém graças aos altos preços do petróleo e do gás permitem visualizar um panorama mais promissor. Na pauta estão um projeto conjunto com a China para enviar uma sonda a Marte em 2009 e um projeto russo de uma missão humana à Lua em 2025.
Moscou também pretende desenvolver uma nova nave espacial e o produzir um sistema de navegação por satélite que rivalizaria com o dispositivo americano GPS. No entanto, persiste uma certa incerteza quanto ao financiamento, segundo Leonid Gorshkov, diretor da projetista de aeronaves espaciais RKK.
"Embora os projetos comerciais nos ajudem a sobreviver, o desenvolvimento do programa espacial é impossível sem o apoio do Estado", disse Gorshkov.

50 anos depois do Sputnik, o que vamos fazer do espaço?


Em 4 de Outubro de 1957 foi lançado o primeiro satélite. Daqui a 50 anos, onde estaremos? Marte, via Lua,é o próximo grande objectivo
Ainda não estamos a caminho, mas o próximo grande alvo da exploração espacial é uma viagem tripulada a Marte. Senão, a Agência Espacial Europeia (ESA) não teria lançado um repto aos habitantes da Terra, em Junho: candidatem-se a uma missão ao planeta vermelho. Simulada, é certo, mas com peripécias reais garantidas.Ou não tivesse a ESA prometido aos candidatos uma vida árdua. Vão ficar encerrados 520 dias em 200 metros quadrados, só vão ver as caras uns dos outros, cada mensagem para o exterior demorará 20 minutos a chegar ao destino e vice-versa, como se estivessem já em Marte. E a comida que levarão, sensaborona, como a que os astronautas a sério comem no espaço, terá de bastar para toda a missão. Nada disto assustou os 5610 candidatos que apareceram para os seis lugares disponíveis (o prazo das candidaturas terminou em Setembro), o que pode ser um barómetro sobre os actuais sonhos humanos para o espaço.A selecção será como a dos astronautas a sério. "Queremos ter um reflexo razoável de uma tripulação real", explica Marc Heppener, da ESA, citado no site da agência. "Devem ser pessoas com qualificações médicas, algumas qualificações em engenharia, em ciência. Seremos um pouco menos exigentes nas capacidades físicas."A nave onde embarcarão, no fim de 2008 ou início de 2009, os seis bravos não passa de um conjunto de contentores, onde se instalará o laboratório médico e de investigação, a cozinha, a sala de ginástica e o compartimento da tripulação. Terão de desempenhar tarefas como numa viagem verdadeira a Marte. Tanto nas emergências simuladas como em problemas médicos reais, estarão por sua conta. A estadia é paga ("não será um grande salário", esclarece Heppener) e serão sempre filmados. Ao fim de 250 dias de "viagem", simularão a chegada ao solo marciano, num contentor que fará de veículo de descida, onde os pseudo-astronautas permanecerão durante a estadia no pseudo planeta vermelho. Mas esta nave nunca descolará do Instituto para Problemas Biomédicos, em Moscovo, parceiro da ESA nesta missão. A ideia é que este Big Brother Marciano com os Pés na Terra facilite a vida a quem for mesmo a Marte, antecipando o que pode acontecer numa missão tão longa. Os aspectos psicológicos e médicos são os que mais interessam aos cientistas envolvidos na experiência. Surgirão conflitos, sem possibilidade de regresso a meio da missão. Afectá-la-ão? "Queremos ver os efeitos psicológicos da situação na saúde mental e no desempenho de certas tarefas, incluindo as mais críticas para a missão", explica Heppener. Estudar-se-á ainda a influência de um espaço tão confinado no sono, no stress e no sistema imunitário, além do impacto das diferenças de personalidade na missão. "Temos experiência em ter astronautas na Estação Espacial Internacional, mas astronautas em viagem para Marte é outro campeonato", diz Heppener. "Como evoluirão as relações do grupo? Que perigos podem surgir? Como se podem evitar? Poderemos aprender que tipos de personalidade devemos seleccionar numa missão real."O sonho de ir a Marte sempre esteve num cantinho da mente humana, ou não fosse a ficção científica uma das suas manifestações.De planeta vermelho a azul Passados 50 anos do lançamento do Sputnik, o satélite soviético que marcou a chegada da humanidade ao espaço, e 38 anos depois da ida dos americanos à Lua, até que ponto esse sonho consta dos planos das agências espaciais? Em 2001, a ESA já tinha incluído nos seus planos uma missão tripulada a Marte daí a 30 anos, com passagem eventual pela Lua. Mas foi o anúncio, em 2004, do Presidente dos EUA, George W. Bush, que pôs as viagens a Marte na agenda mediática: até 2020, a poderosa NASA iria regressar com uma tripulação à Lua, onde estabeleceria uma base lunar em 2024, para avançar para Marte. Para Carlos Fiolhais, físico da Universidade de Coimbra, irem humanos a Marte é, de facto, o grande desafio da exploração espacial. "Tecnicamente, é possível. Não é mais difícil do que ir à Lua." Tal viagem, acrescenta, é mais uma questão de vontade colectiva e de dinheiro do que de engenharia. Mas a guerra que os EUA travam no Iraque poderá fazer derrapar os prazos para 2050: "A guerra é muito cara e o fim não está à vista. Tudo dependerá do próximo Presidente americano e da solução dessas questões." Já para o engenheiro aeroespacial Tiago Hormigo, da empresa Spin.Works, a exploração da Lua por uma tripulação na Lua é o desafio imediato: "Marte é um objectivo a longo prazo. Não se sabe quando (ou se) existirá disponibilidade financeira. Ainda haverá tantas Administrações americanas."Quanto à Lua em si mesma, o que interessa tanto? Já lá fomos. Agora queremos voltar para desenvolver tecnologias, saber como é viver fora da Terra, aprender a manipular materiais noutros planetas, por exemplo extrair oxigénio do solo lunar, água congelada dos pólos ou alumínio e ferro para construir uma base. Explorar substâncias que são raras na Terra é outra hipótese. Também pode servir de interposto rumo a Marte, de onde é mais fácil uma nave levantar voo.E por que queremos ir a Marte? Uma das razões é esclarecer se tem ou já teve vida microscópica, um eterno enigma. Por melhores que sejam as sondas, nenhuma substitui um humano no terreno. Mas algo mais profundo nos impele. "Porque é o destino da espécie humana: explorarmo-nos a nós próprios, explorar a Terra, explorar o espaço", diz Tiago Hormigo. "Porque está lá", responde Carlos Fiolhais, parafraseando Edmund Hilary sobre as razões por que escalou o Evereste. "Não será por nenhuma razão prática, a não ser a necessidade de alargar os sítios habitados pelo homem", acrescenta o físico. "Razões práticas podiam ser a Terra tornar-se inabitável. O único sítio habitável perto, a não ser a Lua, é Marte." 5610 Número de candidatos dispostos a passar 520 dias em 200 metros quadradospara simular viagem a Marte


A superfície de Marte fotografado por uma sonda espacial

04.10.2007, Teresa Firmino
Vê também todas as missões a Marte em