domingo, 28 de outubro de 2007

Estudo detecta ‘defeito de fabrico’ no universo


Um estudo publicado hoje na revista Science por uma equipa espanhola e britânica liderada por Marcos Cruz, do Instituto de Física de Cantábria, diz que a causa de uma ‘mancha fria’, uma zona do espaço onde parece não existir nada, é um defeito que remonta à origem do universo



A existência dessa mancha fria é uma das questões que mais tem preocupado a comunidade astronómica actual, e pode ganhar resposta em breve.
Segundo o estudo de Marcos Cruz, esse buraco com um bilião de anos-luz de largura não é desprovido de matéria e energia, mas sim uma distorção causada, precisamente, por esse «defeito» no espaço.
A ‘mancha fria’ foi detectada pelo satélite WMAP, lançado em 2001, quando foram localizadas com rigor as microondas espaciais.
Também conhecida como radiação cósmica de fundo, essa energia é uma espécie de eco do Big Bang, uma vez que tem origem no momento da geração do Universo.
Contudo, há um melindre na comunidade científica que a impede de admitir tratar-se de um vazio, pois é tido como verdade que a energia e a matéria espalhadas pelo Big Bang deveriam distribuir-se de forma minimamente uniforme, e um vazio daquele tamanho e natureza não faz sentido.
Os «defeitos» de origem do Universo estariam, ao que Marcos Cruz indica, a desviar a radiação que ali deveria estar num outro sentido.
Tal anomalia terá sido causada pelo arrefecimento do Universo, no tempo que tem vindo a passar após o Big Bang, um pouco à imagem das regiões opacas que se verificam num cubo de gelo quando a água solidifica, mas com um nível muito superior de energia.
«Assim como o desalinhamento na estrutura cristalina do gelo leva a defeitos, o desalinhamento na quebra de simetria das teorias unificadas leva à formação de defeitos cósmicos», escreve Marcos Cruz e o grupo de investigação.
Ainda assim, os autores do artigo admitem que estas hipóteses não são definitivas, uma vez que foram alcançadas por meio de simulações por computador, mas poderão vir a ser reforçados no futuro por testes de satélites.


SOL com agências

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