segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Corpo celeste mais antigo foi detectado

Astrofísicos acreditam que as estrelas surgiram muito antes do que se pensava até agora

Uma estrela gigante com 13 mil milhões de anos é o corpo celeste mais antigo e distante registado até ao momento. Esta foi detectada por um grupo internacional de astrofísicos, que confirma assim que as estrelas já existiam quando o universo tinha 600 milhões de anos.

Os investigadores analisaram a explosão de raios gama registada a 23 de Abril, que resultou da extinção da estrela mais antiga e longínqua que se conhece, cujo último fulgor chegou à Terra há apenas seis meses.
As explosões de raios gama  são dos fenómenos que mais energia libertam no universo e correspondem à explosão de uma estrela gigante no final da sua vida, aquando do esgotamento do seu combustível. Após a sua extinção, dá lugar a um buraco negro ou a uma estrela de neutrões.
Segundo Castro-Tirado, um dos investigadores do projecto, estas descobertas são importantes porque, por detrás desta estrela, "supostamente tem de haver uma galáxia, embora seja tão fraca que, com a tecnologia actual, não se consegue observar", sendo, talvez, apenas perceptível com o sucessor do telescópio espacial Hubble.
A luz da estrela analisada viajou pelo espaço desde a altura em que nem o Sol, nem a Terra existiam. Com isto comprova-se que há 13 mil milhões de anos estes corpos celestes já habitavam o universo, algo que até ao momento não passava de uma hipótese. Com isto os investigadores concluiram que"a formação dos corpos celestes foi mais rápida do que se pensava", explicou Alberto Fernández Soto, outro dos autores dos dois estudos de onde foram retiradas estas constatações.




Os investigadores acreditam assim que as estrelas da primeira geração, designadas por "população III" e das quais não se conhecem exemplares, surgiram quando o universo tinha entre 200 e 400 milhões de anos.
Os dados analisados para a obtenção destas conclusoes foram obtidos por vários telescópios, colocados em diversos pontos do mundo, entre os quais o da estação espanhola BOOTES-3, situado na Nova Zelândia, e o telescópio Nazionale Galileo, operado por italianos e localizado na ilha espanhola de La Palma.
Os dois estudos publicados na Nature são da autoria de membros do Conselho Superior de Investigações Científicas de Espanha e do Instituto de Física da região de Cantábria.

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